A adoção de parâmetros na pecuária melhora eficiência da atividade, aumentando a lucratividade
Com o preço da arroba perto do limite da lucratividade, produtores rurais buscam ferramentas que auxiliem na gestão da propriedade, diminuindo custos e aumentando a margem. Dentro dessa lógica, o manejo de pastagem adequado pode reduzir o custo de produção por arroba. Isso porque, com equilíbrio entre ponto de colheita e taxa de lotação, o ganho de peso dos animais, por dia, pode aumentar consideravelmente. Em um dos levantamentos realizado pela Nutripura, o ganho de peso passou de 600 gramas para 800 gramas por dia e, consequentemente, o custo caiu de R$ 230 para R$ 170 por arroba produzida.
Estes dados foram apresentados pelo professor doutor Sila Carneiro e pelo engenheiro agrônomo Roberto Aguiar, Ceo da Nutripura, em entrevista ao apresentador do Canivete Cast, Paulo Ozaki. De acordo com Carneiro, o manejo adequado dentro da pecuária de corte é fundamental para a gestão dos custos. “O pasto é uma lavoura e, como qualquer outra, tem necessidades com relação à produtividade, equilíbrio do solo e ponto de colheita, que está relacionado a uma série de fatores como crescimento da planta, quantidade de folhagem e ganho de peso dos animais”, explica o professor Sila Carneiro.
O ponto de colheita dentro da pastagem é indicado pela altura da planta. Segundo Carneiro, a partir de uma certa altura, a planta começa a competir com ela mesma por luz e muda seu padrão de crescimento de folha para colmo, o que não é interessante nem para a planta e nem para os animais, que refugam esta formação. “Se a planta ficar maior do que o recomendado, os animais reduzem ganho de peso, é preciso fazer roçada, suplementar e tudo isso representa maior custo de produção”.
São essas condições que direcionam o manejo para que o pasto esteja numa amplitude que não seja nem maior e nem menor, a partir do equilíbrio entre o tempo de crescimento do pasto e velocidade consumo dos animais. “Este é o ajuste entre pastejo e a taxa de lotação”, afirma Carneiro.
Roberto Aguiar, engenheiro agrônomo e CEO da Nutripura, explica que cada propriedade tem características próprias que vão direcionar qual a taxa de lotação de cada área. “Assim como na agricultura, se você não ajusta o pasto para colher no momento certo, o ganho de peso dos animais fica comprometido. Por isso é tão importante ter profissionais que entendam qual o momento ideal para manejar o rebanho, fazer a suplementação, tomar as decisões certas”.
Para isso, os dois entrevistados destacam a importância do monitoramento do pasto e da altura das plantas para saber se está proporcional à taxa de lotação e qual a gestão adequada. Segundo Carneiro, os indicadores de campo fornecem subsídios para o manejador do pasto. E dentro disso, entram informações como índice de precipitação, temperatura, localização, altura da planta, nível de ganho de peso e tudo isso indica a intervenção necessária. “Quanto mais eficiente essas informações são produzidas e interpretadas, mais suaves são as intervenções e consequentemente menos impacto financeiro terá”, explica Carneiro.
De acordo com Roberto Aguiar, é em momento de crise, como o que a pecuária está passando no momento, que ocorre a mudança de cultura e é possível melhorar a gestão dos negócios. “É na época em que a produção por arroba está apertada, que se buscam as melhores soluções. São nas dificuldades que as empresas se sobressaem”, destaca o CEO da Nutripura.
Sila Carneiro destaca, porém, que durante o processo é normal haver resistência, que isso faz parte da mudança. “Cabe ao consultor saber passar as informações, superar essa resistência. Além de toda ciência, pesquisa, é preciso saber conversar, apresentar as soluções ao cliente”.
A entrevista completa do professor Sila Carneiro e do CEO da Nutripura está disponível no 4º episódio da nova temporada Canivete Cast, disponível em todos as plataformas de áudio, e no YouTube da Koneksi Agro. Assista e compartilhe.
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